domingo, 2 de fevereiro de 2014

A LAGARTIXA E OUTRAS HISTÓRIAS




Eu vivia no campo e nasci no interior de mato grosso do sul.  Moramos no oco do mato, no meio do pantanal...








EU PODERIA ESCREVER UMA BÍBLIA SE CONTASSE CADA UMA DAS COISAS ESTRANHAS, ENGRAÇADAS OU ABSURDAS QUE JÁ ME ACONTECEU E AINDA ACONTECEM...






Os cenários do meu estado são impressionantes
cada quadro que parece que foi pintado a mão pelo criador...



Quando a gente tem vício de ser escritor a gente simplesmente escreve.  Sem ligar pra quem vai ler.
Sem se importar em ser exato. 

E ta na cara que nem mesmo o melhor dos biógrafos vai escrever a própria história contando tudo em cada um dos detalhes.
  Essas aqui são apenas algumas das histórias engraçadas ou pitorescas que eu vivi.
  A vida de todo mundo tem. E as minhas não são piores, do que as lições de vida tiradas da vida de ninguém.



Minhas lembranças inusitadas renderam um apanhado de coisas meio malucas...


MEU LIVRO : 

 A LAGARTIXA E OUTRAS HISTÓRIAS

    Não há coisa mais cruel, do que a morte que

 aparentemente chega sem esperar.

Dizem que uma das mortes mais agonizantes 

que se pode ter seria a morte por afogamento.

  Desse tipo de morte, nada poderia ser mais

apavorante do que morrer se afogando e 

se debatendo numa piscina cheia de xixi.
  Foi exatamente isso que eu testemunhei só que a

 vítima era uma simples lagartixa.

Eu percebi quando algo tinha caído dentro do vaso 

sanitário.

Na hora nem me dei conta do que era, mas passado 

um tempo entrei no banheiro e percebi uma 

lagartixa bem gordinha nadando dentro do vaso, 

achei que ela ia sair e nem liguei.

Mas depois fiquei com dó e fui olhar se ela não tinha saído da encrenca que ela mesma se metera.

Mas percebi penalizado que já era tarde demais!

Este bichinho repelente na verdade nunca me foi 

simpático exatamente porque acho ele nojento de 

olhar quando está comendo. Devorando 

desesperado algum inseto.

E pior ainda seria o cheiro dos excrementos desse 

tipo de bicho. Podre e fedido mesmo em.

Daí então eu vendo que aquele bichinho tinha 

perecido em meio a todo aquele mijo, eu pensei em 

tirar ele de dentro do vaso.

Fui la fora no quintal e peguei um graveto e 

cutuquei o corpo dele e ele não se mexia mesmo.

Daí eu enganchei em uma das patinhas dela o 

graveto e vi que ela não precisava estar com vida 

para se grudar nas coisas.

Eu então peguei ela se grudando por uma da patinhas por cima do graveto e a retirei de dentro do meio da urina.
Coloquei ela ali no chão e joguei um pouco d'água 

sobre ela para tirar o xixi fétido.

 Depois revirei ela de barriga para cima e também 

de barriga para baixo.

 Acabei olhando com atenção para o corpo e a 

barriguinha da lagartixa onde a pele é quase 

transparente e se pode meio que ver os órgãos. 

Apertei a barriga dela e notei que saiu uma certa 

quantidade de líquido pela boca.

  Notei que ela estaria cheia de água por dentro e 

fui apertando de baixo até perto da altura da cabeça com o graveto.

Virei então de costas e continuei tirando o liquido 

com movimentos de baixo até em cima.

Notei que aconteceu uma coisa estranha.

 Parecia que vi o corpinho dela se movimentar.

 Ela estava mole mas parecia que estava respirando 

sei la.

 Eu virava ela de costas e de barriga e acabei 

constatando que realmente ela estava respirando e 

tava viva.

 Era uma coisa incrível.

 Tinha certeza de que ela estava morta quando tirei de dentro daquele vaso.

Tinha se afogado no xixi!

E agora ela estava respirando como se nada tivesse 

acontecido.

Eu deixei ela lá parada descansando, e de quando 

em quando eu ia até lá e espiava um pouco pra 

saber como ela estava.

  Depois de algum tempo eu fui até lá e futuquei a 

lagartixa com o graveto, ela já tinha se recuperado 

por completo.

 Porque saiu correndo em direção à parede e parou 

um pouco antes.

 Depois escalou e saiu subindo e foi-se embora.

 Eu não esperava mesmo que ela me agradecesse.    

 Mas ficou pra trás um sentimento meu de 

estranheza.

 Como que poderia uma lagartixa que estava 

morta, dentro de um vaso cheio de xixi.

De repente sair viva e sair correndo assim como se 

nada tivesse acontecido? Seria isso o um milagre ?

Desse dia em diante passei a encarar a lagartixa 

como um bichinho muito mais interessante. São 

simpáticas.

E sei que são criaturinhas muito resistentes.

Eu depois disso vi várias vezes outras lagartixas em 

paredes.

Mas como eu poderia reconhecer qual seria “ a 

minha lagartixa ” recém ressuscitada ?

Elas são tão parecidas umas com as outras que 

parecem clonadas! Impossível reconhecer uma só.


Nunca mais a vi ! Ou será que vi e no fim eu nem 

sabia mais se era ela?


  

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