quinta-feira, 23 de outubro de 2014

POESIAS E MENSAGEM DE TEXTO SMS




Essa daqui já é uma página do meu livro de poesias.
Que está sendo criado para ser recitado em altas vozes, ou enviando como mensagem SMS para um telefone celular. 
Eu postei no facebook logo no início.



 Quando se ama di verdade...
A gente não prova di uma vez por todas.
Como se fosse uma sentença di algum supremo tribunal.
A gente mostra é a cada hora !
DIA APÓS DIA.
Fazendo com que a pessoa amada si sinta,
cada vez mais feliz...
Cada vez mais especial... 




SAUDADE, é o que a gente sente. Quando si deu de presente o próprio coração.
Pra um alguém que agora já não está mais, 
perto o bastante para ouvir o som dele batendo...



 Amigo não é parente nem por sangue, nem por filiação !
  Mas amigo é um irmão de alma. Adotado pelo nosso coração...





O amor verdadeiro não é aquele que dura a vida inteira.
AMOR VERDADEIRO  é aquele que mesmo depois que acaba.
Você é obrigado a carregar no coração, na forma de uma SAUDADE.




A pessoa que eu amava, começou a me odiar...
 Mas tudo bem, as coisas são assim.
A VIDA É ASSIM.
Juramos amar eternamente.
Sem saber se realmente, alguém é capaz de assim amar



AMIZADE, palavra sublime...
O amigo, um parceiro de luz.
Mesmo que um dia você se sinta sozinho e todos, todos te abandonarem.
Ainda assim vai te restar um amigo...
Esse amigo é JESUS.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A LAGARTIXA E OUTRAS HISTÓRIAS




Eu vivia no campo e nasci no interior de mato grosso do sul.  Moramos no oco do mato, no meio do pantanal...








EU PODERIA ESCREVER UMA BÍBLIA SE CONTASSE CADA UMA DAS COISAS ESTRANHAS, ENGRAÇADAS OU ABSURDAS QUE JÁ ME ACONTECEU E AINDA ACONTECEM...






Os cenários do meu estado são impressionantes
cada quadro que parece que foi pintado a mão pelo criador...



Quando a gente tem vício de ser escritor a gente simplesmente escreve.  Sem ligar pra quem vai ler.
Sem se importar em ser exato. 

E ta na cara que nem mesmo o melhor dos biógrafos vai escrever a própria história contando tudo em cada um dos detalhes.
  Essas aqui são apenas algumas das histórias engraçadas ou pitorescas que eu vivi.
  A vida de todo mundo tem. E as minhas não são piores, do que as lições de vida tiradas da vida de ninguém.



Minhas lembranças inusitadas renderam um apanhado de coisas meio malucas...


MEU LIVRO : 

 A LAGARTIXA E OUTRAS HISTÓRIAS

    Não há coisa mais cruel, do que a morte que

 aparentemente chega sem esperar.

Dizem que uma das mortes mais agonizantes 

que se pode ter seria a morte por afogamento.

  Desse tipo de morte, nada poderia ser mais

apavorante do que morrer se afogando e 

se debatendo numa piscina cheia de xixi.
  Foi exatamente isso que eu testemunhei só que a

 vítima era uma simples lagartixa.

Eu percebi quando algo tinha caído dentro do vaso 

sanitário.

Na hora nem me dei conta do que era, mas passado 

um tempo entrei no banheiro e percebi uma 

lagartixa bem gordinha nadando dentro do vaso, 

achei que ela ia sair e nem liguei.

Mas depois fiquei com dó e fui olhar se ela não tinha saído da encrenca que ela mesma se metera.

Mas percebi penalizado que já era tarde demais!

Este bichinho repelente na verdade nunca me foi 

simpático exatamente porque acho ele nojento de 

olhar quando está comendo. Devorando 

desesperado algum inseto.

E pior ainda seria o cheiro dos excrementos desse 

tipo de bicho. Podre e fedido mesmo em.

Daí então eu vendo que aquele bichinho tinha 

perecido em meio a todo aquele mijo, eu pensei em 

tirar ele de dentro do vaso.

Fui la fora no quintal e peguei um graveto e 

cutuquei o corpo dele e ele não se mexia mesmo.

Daí eu enganchei em uma das patinhas dela o 

graveto e vi que ela não precisava estar com vida 

para se grudar nas coisas.

Eu então peguei ela se grudando por uma da patinhas por cima do graveto e a retirei de dentro do meio da urina.
Coloquei ela ali no chão e joguei um pouco d'água 

sobre ela para tirar o xixi fétido.

 Depois revirei ela de barriga para cima e também 

de barriga para baixo.

 Acabei olhando com atenção para o corpo e a 

barriguinha da lagartixa onde a pele é quase 

transparente e se pode meio que ver os órgãos. 

Apertei a barriga dela e notei que saiu uma certa 

quantidade de líquido pela boca.

  Notei que ela estaria cheia de água por dentro e 

fui apertando de baixo até perto da altura da cabeça com o graveto.

Virei então de costas e continuei tirando o liquido 

com movimentos de baixo até em cima.

Notei que aconteceu uma coisa estranha.

 Parecia que vi o corpinho dela se movimentar.

 Ela estava mole mas parecia que estava respirando 

sei la.

 Eu virava ela de costas e de barriga e acabei 

constatando que realmente ela estava respirando e 

tava viva.

 Era uma coisa incrível.

 Tinha certeza de que ela estava morta quando tirei de dentro daquele vaso.

Tinha se afogado no xixi!

E agora ela estava respirando como se nada tivesse 

acontecido.

Eu deixei ela lá parada descansando, e de quando 

em quando eu ia até lá e espiava um pouco pra 

saber como ela estava.

  Depois de algum tempo eu fui até lá e futuquei a 

lagartixa com o graveto, ela já tinha se recuperado 

por completo.

 Porque saiu correndo em direção à parede e parou 

um pouco antes.

 Depois escalou e saiu subindo e foi-se embora.

 Eu não esperava mesmo que ela me agradecesse.    

 Mas ficou pra trás um sentimento meu de 

estranheza.

 Como que poderia uma lagartixa que estava 

morta, dentro de um vaso cheio de xixi.

De repente sair viva e sair correndo assim como se 

nada tivesse acontecido? Seria isso o um milagre ?

Desse dia em diante passei a encarar a lagartixa 

como um bichinho muito mais interessante. São 

simpáticas.

E sei que são criaturinhas muito resistentes.

Eu depois disso vi várias vezes outras lagartixas em 

paredes.

Mas como eu poderia reconhecer qual seria “ a 

minha lagartixa ” recém ressuscitada ?

Elas são tão parecidas umas com as outras que 

parecem clonadas! Impossível reconhecer uma só.


Nunca mais a vi ! Ou será que vi e no fim eu nem 

sabia mais se era ela?


  

sábado, 1 de fevereiro de 2014

GALO DE BRIGA



 Esse aqui é um capítulo do meu livro sobre criação de animais,  HISTÓRIAS CAUSOS E CONTOS SOBRE GALO DE BRIGA.



Perfeito exemplar de galo combatente.
A raça que eu mais me esforçava pra criar.





































Olhando o quanto que o tempo se passou, vejo que já me aconteceu cada coisa! 

Essa história é de quando era menor de idade.  

  Quando eu ainda criava minha raça de galinhas de 

briga e teve uma época que eu tentava tirar cruza 

da minha galinha Vermelhinha do seu Julião, 

O Seu Ganso.

Um famoso criador de galos-de-briga que foi o 

dono do galo Cinturão de Ouro.

 E as cruzas da galinha raça maré mansa de um outro criador, o Nenezão.





 

Eu ainda tinha a minha galinha Canela Branca e 

meu galo Asa Dura.

 Tentava desesperadamente tirar essas cruzas de 

galinhas índia, de raça antiga e a mais pura que eu 

jamais vi ou tive, foi no final da década de 80, 

início de 90.

 Eu comecei a ter desconfiança de que estaria 

algum bicho atacando lá em casa, comecei a ver 

um animal meio branco e manchado, parecia ter marcas pretas numa pelagem branca.
 Nunca tinha visto uma criatura como aquela que se 

movia tão rápido e desaparecia em segundos.

 Saía escalando um cercado de telas subia num pé 

de abacate passava para um telhado ou para uma 

árvore.

 Em três segundos aquela coisa desaparecia que era 

quase como se fosse um fantasma !

  E era sempre naquela parte entre sete e oito horas.

Nos primeiros momentos eu ficava espantado que 

não podia nem sequer ver o que era aquela coisa.

  Notei que começaram a sumir do ninho os meus 

preciosos ovos.

 Eu achava no ninho só a meleca dos ovos 

despedaçados e até mesmo a casca desaparecia. 

 Uma das poucas vezes que eu vi alguma coisa 

dessa praga foi um comprido e sujo rabo pelado e muito branco.


  

Passei uns cinco dias ou mais tentando descobrir 

que porcaria que era aquilo.

Naquela época eu treinava com tchaco, acho que 

eu era meio ninja também, sei lá.

 Eu corria muito rápido e era forte como um 

elefante.

O povo mi zuava sempre e me botaram o apelido 

de Rambo da África. 

Numa noite daquelas eu consegui ver que aquele 

bicho passou por cima do meu galinheiro e fugiu 

pelos galhos e passou alto por cima da minha 

cabeça e escalou pelo galho fino do pé de amora !

 Era muito desaforo né!

 Eu vi aquele rabo comprido e pelado passar de um 

galho e outro, chacoalhando e pulei feito um tigre 

caçando um macaquinho.

  Segurei a ponta daquele rabo pelado e apanhei o 

vagabundo no ato !

  Mas minha mãe tinha me falado que esse tipo de 

bicho morde muito forte se a gente tenta segurar.

Eu peguei muito firme e puxei com toda a força, e 

quase que automaticamente ao cair no chão eu já 

me curvei e movimentei muito rápido o braço 

como se estivesse segurando o meu tchaco de ferro.

 Bati a cabeça daquele animal umas quatro ou cinco

vezes no chão em só dois segundos,

 com movimentos muito fortes.

Até então eu ainda nem tinha olhado para ele 

atentamente.  Nem tive tempo.

 O corpo era do tamanho de um gato com um peso 

quase equivalente.

A violência dos impactos de seu corpo deixou o 

animal totalmente atordoado.

 Ele apenas tremia feito o jeito que treme um 

controle de Playstation.

Eu o segurei de cabeça para baixo para olhar a 
cara de perto.

  Tinha perdido quase uma ninhada de ovos por 

causa dele.

 Coloquei a cabeça dele na calçada e pisei muito 

forte bem no meio da cara dele!

 Ele soltou um pouco de sangue pelo nariz e pelo 

ouvido e morreu na hora.

Eu mostrei o bicho para minha mãe e ela falou que 

era mesmo um gambá. 

 __ Você matou ele com quê ?


Eu pulei peguei ele com a mão e bati ele no chão.

__ Puxa você é bom eim ! _ ela me disse .

Depois de ter feito aquela façanha de apanhar 

finalmente o larápio que estava acabando com a 

minha criação.

 Eu tinha que contar pra alguém sobre o grande 

triunfo que eu tinha tido!

Era uma alegria só !

 E pra quem mais eu poderia contar se não era para 

o meu amigo e sócio na criação de galinhas, o meu 

primo Willian.

 Nessa época ele ainda não tinha o apelido de Burú.

Fui lá na casa da minha tia e atravessando a rua fui 

buscar meu primo para ver o cadáver que eu havia 

largado ali na minha calçada.

 Foi uma festa a que a gente fez.

Faltou apenas a gente dançar ao redor do bicho !

 E por fim a gente voltou para a casa dele 

comentando o fato...

  E meu tio tinha uma chácara nos confins do bairro 

Los Angeles naquele tempo. 

 O caseiro que morava por lá era um velho 

pernambucano muito estranho chamado seu 

francisco.

 Ele ouviu a nossa conversa animada sobre o bicho 

desconhecido que eu tinha abatido lá em casa.

 E ficou interessadíssimo no que a gente estava 

conversando.

Era homem do campo já de muita idade, vindo lá 

do nordeste.

 Quando perguntou se poderia ver o bicho que eu 

tinha matado.

  Claro que eu me dispunha a me mostrar trazendo 

animal capturado para a avaliação de alguém mais experiente né.

 Todo caçador que se preze adora se gabar.

Mas assim que ele viu aquele bicho seus olhos 

saltaram como se fossem cair daquela sua cara ! 

 Brilhavam feito de criança em tempo de natal !

__ Isso aí num é gambá não menino!

 Isso aí é SARIGUÊ !

Esse bicho aí a gente come ! O que que vocês vão 

fazer com ele ?

_ Eu ia jogar fora no mato.

__ Vocês num me dá pra mim levar então que eu 

vou comer?

Hoje que eu vou fazer uma sopa!

__ Ah, então pode levar, seu francisco.

 Eu ia jogar ele fora mesmo.

  E assim terminou o caso do gambá que eu 

capturei com a própria mão. 

 Ele virou cozido pra matar a fome de um idoso de 

Pernambuco que já fazia muito tempo que não 

matava a saudade de sua terra, fazendo um 

delicioso gambá para o jantar.


 Mas aqui teve um outro gambá que me fez um 

estrago grande também numa ninhada da minha 

galinha vermelhinha do Seu Ganso. 

 Só que esse, já foi uma outra história...














 







 Eu jamais ia imaginar o que acabaria acontecendo depois.
  Tem gente que fala que fazer muitas coisas ao mesmo tempo é ter multi talentos.

 Eu já acho que fazer muitas coisas é ser multitarefas.  E aprendi a fazer algumas coisas.

 pra reaproveitar as penas que caíam das galinhas, criei o meu próprio modelo de petecas...






A gente jogava quase todo dia.  Fui aperfeiçoando até chegar nesse modelo que resistia sem perigo de estragar. Não rasgava a toa e até reutilizava as penas boas e só descartava as quebradas .





  











Aqui está também evidente o meu modelo de bolsinha porta moedas que eu  inventei e também feito com velcro por isso mesmo não estraga igual a zíper.






Depois disso eu inventei o modelo de buchas de galo que eu faço até hoje. Sempre quem testou achou que é muito resistente e macia.



 Feita de couro com recheio de borracha macia de chinelo como pode ser visto aqui e na foto da sequencia.
















Aqui a gente pode ver as partes que que constituem uma bucha de qualidade.
Capa redonda de couro.  Suporte de couro e proteção interna de borracha. Além do recheio azul e vermelho que fica por dentro da bucha.








Aqui se pode ver uma das minhas ultimas  criações. esse carrinho de lata de sardinha...
  Do jeito que está sendo visto aqui só com os eixos de madeira ele já roda muito bem .






 
Aqui o carrinho já está com as suas rodinhas de borracha.  Uma forma que eu encontrei para reciclar os velhos chinelos desgastados e sem serventia que as vezes a gente tem em casa pra jogar fora. 

  Assim ele roda perfeitamente, 
então : _ TÁCA LE PAU NESTE CARRINHO !


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

PERIGO DA BICICLETAS



Foi bom lembrar dessa época quando meu tio teve 

essa chácara lá pelos confins do bairro Los 

Angeles! 

  Era um lugar muito interessante e a gente 

plantava de tudo ali.  Cana, abóbora, melancia, ingá de metro e também abacaxi.

E numa tarde de Sol tinindo de quente.

  Eu estava plantando em redor da cerca de arame 

farpado os pés de abacaxi.

 Do outro lado da rua na chácara em frente, 

morava a família que era do caseiro de um professor que era amigo do meu tio.

Essa família as vezes recebia a visita de vizinhos e 

pessoas que moravam ao redor.

 E nessa tarde em que eu tava com uma preguiça do 

carvalho, calhou desse caseiro ter vindo até o 

portão da chácara vizinha me chamar.

__ Ei moço ! Ei moço ! O senhor podia vir aqui 

um pouquinho ?

 Eu sempre tive o habito de me fazer de surdo e de 

bobo quando me convém !

 Tentei fingir que nem tava escutando me chamar, 

era longe mesmo né.

  Mas parece que quando a gente num procura 

encrenca é a encrenca que nos procura !

  O velho e o filho aborrecente dele me gritaram 

até eu ter certeza de que era comigo mesmo...

 Com uma pachorra de dar até dó, eu larguei meu 

abacaxi e fui até lá ver o que é que eles queriam.

  Andava com indolência e evidente má vontade e 

aquele povo me apressando: 

__ Rápido moço ! Depressa !

  Eu que não ia me apressar só porque aqueles 

importunos queriam me chamar !

  Finalmente fui até lá pensando que era para 

segurar ou mover alguma coisa muito pesada. 

Quando se é um negão do meu tamanho a gente se 

acostuma a carregar esse país nas costas.

O povo parece que pensa que a obrigação dos bugrão que nem eu é carregar nas costas todos os pesos desse mundo !

  Se é pra carregar um fogão chama o moreno ali! 

Para arrastar uma geladeira, chama ali aquele 

mulato !

 Para carregar aquele sofá chamem aquele grandão.

Para empurrar um caminhão que precisa pegar nos 

tranco.

 Vem aqui fazendo o favor !

 Agora você veja, para fazer força todo mundo te 

chama.

  Mas se entregam uma pizza, ninguém fala vamos 

convidar o bugão ali !

 Se tem um churrasco, ou se fazem um bolo ou 

quando comem um sorvete !

 Aí ninguém te chama não, não é ?

 Eu fui até lá atender o chamado, esperando que já 

seria para fazer algo que aquele povo raquítico e 

baixinho que me chamava era simplesmente 

incapaz de executar.

  Carregar algum tronco de árvore pesado por 

exemplo, sei lá !

  Mas finalmente eu cheguei até la e perguntei pra que é que me chamaram, mas o pai e o garoto não quiseram me contar.

__ Vem aqui um pouquinho moço. Rápido ! 


Rápido!
  
Quando eu entrei uns passos pra dentro do quintal 

eu ia distraído.

  E tinha um tumulto ali perto do portão do lado de 

dentro da cerca.

  Tava a esposa do caseiro, a filha adolescente dele, 

uma vizinha, mais duas crianças ou três, todos ali 

ao redor.

  Eu nem entendi pra que precisavam de mim se 

tinha tanta gente ali em volta.

  Era uma verdadeira multidão !

 E ainda tinham ido me chamar ?

 A esposa do caseiro tava nervosa !

 A filha mocinha, nervosa !

 Uma mulher desconhecida tava vermelha, com os 

olhos marejados de choro.

 E foi só então que eu comecei a entender o sufoco que estava acontecendo , percebi que uma criancinha de menos de três anos estava ali agachada e chorava ao lado de uma bicicleta grande e vermelha.

Não lembro a marca, pode ter sido de uma monark.

Que importa ?

A criancinha tinha conseguido quase que por um 

milagre, enfiar a ponta de um de seus dedinhos 

curiosos e intrometidos.

 DENTRO DA COROA DENTADA NA 

CORRENTE DAQUELA BICICLETA !

E chorava ! É claro ! Tava doendo com toda a 

certeza !

Tava bem na metade da coroa ! Bem travado e no 

centro !

Mas o que aquele bando de patetas estava fazendo 

ali que não viu isso em ?

  A ponta do dedinho da criança já estava ficando

roxinho !

  E quando eu olhei vi que tinha uma marquinha de 

sangue naquele dedo indicador gordinho...

  Não faltou quem tivesse a ideia idiota de tentar 

andar para frente ou para trás a coroa para que 

rodasse e tirasse o dedinho da criança.

  Mas só de tocar naquele pedal já apertava ainda 

mais o dedinho e a criança chorou ainda mais alto !

__ Não! Num pode mexer no pedal senão a 

corrente aperta mais e vai cortar o dedinho da 

criança fora !

__ Ai Meu Deus Do Céu ! E Agora ?

A mãe só sabia gritar e chorar. E a vizinha, mulher 

do caseiro também !

  Aliás todo mundo gritando né...

Calma! Vamos tirar o dedinho da criança daí, mas 

não dá para ser do jeito que entrou !

Todo mundo me apertando pra ter pressa e tirar 

logo a criança, mas o dedinho estava meio que em 

uma zona de conforto.

  Tava apertando mas não tava esmagando, e 

enquanto a gente não puxasse nem empurrasse o 

dedinho da menininha estava garantido.

Foi num relance que me veio a ideia salvadora !

O senhor tem aí uma chave de boca ?

Chave de boca ? Todo mundo se entreolhava um 

para a cara do outro com aquelas caras de patetas 

como se eu tivesse pedido alguma coisa do outro 

mundo.

Uma bandeja de besouros, ou uma sereia de 

biquíni, sei lá.

Ninguém ali tinha a menor ideia do que seria uma 

chave de boca?

É aquela chave de tirar a roda da bicicleta !

  Como é que vocês fazem pra tirar a roda da 

bicicleta ? Ou então se tiver um alicate...

__ Eu sei onde tá as chaves pai !

__ Ei, então vai lá buscar ou traz um alicate se 

você tiver !

Esses adolescentes de treze anos as vezes não são 

tão inúteis quanto eles parecem não é ?

  O garoto correu lá na casa e voltou com as chaves 

que pedi.

  Por sorte era a chave certa.

  Eu então escolhi a chave que caberia na porca da 

roda de trás da bicicleta.

  Do lado da rodinha dentada da catraca.

  Essa é a grande vantagem das modernas bicicletas 

de marcha.

 É muito fácil de afrouxar a corrente e jamais irá 

prender o dedo de alguém de forma a ficar 

grudado.

  Foi só eu afrouxar aquela porca da roda e o eixo 

traseiro ficou livre.

  Eu mal empurrei a roda para a frente e a criança 

tirou o seu dedinho maltratado daquela situação 

que ela mesma se colocara.

  Ficou só um cortinho e estava meio amassado de 

ter se apertado ali tanto tempo e sem circulação.     

  Ficou um pouco roxinho e devia estar bem 

dolorido.

Mas estava salvo. Logo tudo não teria passado de 

um susto!

A mãe agradeceu tanto que só faltou me beijar, e 

todo mundo me elogiava por ter ajudado.

  Mas eu nem fiz nada, apenas afrouxei uma 

porcaria de uma porquinha.

Foi a sorte eles terem a chave e ter também a 
alicate.

Mas a grande sorte mesmo, a sorte maior foi não 

tentarem rodar na marra a corrente pra tirar. 

Teriam amputado o dedinho da bebê.

Daí seria tarde para me chamarem e naquele quase 

início de década de 90 duvido que alguém poderia 

reimplantar dedo como se faz atualmente em 

alguns lugares.

Vendo que agora tudo estava calmo e o problema 

estava resolvido.

 Voltei lá para a minha tarefa inglória de espetar as 

mãos plantando o meu abacaxi, meu primo tinha 

ficado lá plantando e eu cheguei já tinha até quase 

acabado as mudas que tinha.

Ainda me bailava na ideia uma pergunta. O que 

faziam as mães daquelas crianças que não viram 

que a pequenininha estava fuçando logo ali naquela coroa da bicicleta?


Agora já de volta quando me perguntaram o que 

tinha acontecido, eu falei a verdade: __ Uma 

criança tinha prendido o dedo na coroa da 

bicicleta. Eu afrouxei a roda e o dedo saiu...

 Isso foi tudo .